De início temos esta figura chave, Herschel Grynszpan,
um judeu de 17 anos desempregado e aparentemente sem
nenhum suporte. Seu pai havia sido um alfaiate que
mudara-se da Polônia para a Alemanha. Herschel tinha a
reputação de desgosto com o trabalho e havia morado com
alguns de seus tios em Bruxelas e Paris pois não tinha
muita disposição para trabalhar e viver sem que os
outros o ajudassem.
Alguns fatos interessantes marcaram sua passagem por
Paris nos dias que antecederam o assassinato do
diplomata alemão. Herschel havia ficado em um dos hotéis
mais caros de Paris que por coincidência ficava próximo
aos escritórios do grupo ativista judaico LICRA. No dia
7 de novembro de 1938, Herschel Grynszpan andou até a
embaixada alemã em Paris e atirou 5 vezes no diplomata
alemão Ernst Von Rath de 31 anos.
Herschel foi preso na cena do crime e levado até a
estação de polícia, mas, apenas uma hora depois do
crime, um dos mais famosos advogados criminalistas da
França, Vincent de Moro Giafferi apareceu e disse aos
policiais que era o advogado de Herschel Grynszpan. Mas
fica a questão, como um jovem desempregado, filho de um
alfaiate havia dinheiro para pagar tais despesas e um
dos melhores advogados de toda a França? Fica evidente
que havia alguém com muito dinheiro por trás de toda a
trama e o grupo ativista judaico LICRA (Ligue
Internationale Contre le Racisme et l'Antisémitisme),
fundado por Bernard Lecache aparece-nos como o principal
suspeito. Mais tarde poderá se perceber que os
responsáveis pelo assassinato de Von Rath não esperavam
que este fosse resistir mais alguns dias antes de
morrer. Diga-se de passagem, o LICRA continua ainda na
ativa
http://www.licra.org/.
O famoso advogado
francês Vincent de Moro Giafferi
O judeu Bernard
Lecache
Então o que realmente houve durante a noite dos
cristais?
Alguns eventos estranhos tomaram parte antes das
revoltas contra estabelecimentos judaicos
tomarem rumo.
SS dando ordens a unidades da SA
Em um caso, dois homens vestidos com uniformes da SS
foram até um SA Standartenführer lhe ordenando para que
uma sinagoga próxima fosse destruída. Para entender o
absurdo dessa ordem deve-se levar em consideração que
era óbvio que os homens vestidos de SS não eram oficiais
de verdade, pois qualquer membro desta organização ou
das SA sabia que nenhuma das duas trocam ordens entre si
por serem completamente diferentes. Logo após rejeitar a
estranha ordem, o SA Standartenführer reportou o
ocorrido aos seus superiores.
Pessoas estranhas discursando
Ao perceberem que seus esforços não estavam dando certo
na tentativa de forçar as tropas SA a agirem contra
sinagogas, os farsantes mudaram de tática. Desta vez os
estranhos tentavam incitar diretamente as pessoas nas
ruas para que agissem contra os judeus, tática que até
certo ponto funcionou, e alguns cidadãos alemães
realmente foram até as sinagogas para praticar atos de
vandalismo, mas nisso os estranhos que haviam incitado
ja não estavam mais no local. Outros incidentes
similares aconteceram em algumas cidades. Os estranhos
apareciam, davam discursos, jogavam pedras nos
estabelecimentos comerciais judaicos e simplesmente
sumiam.
Estes incidentes incomuns ja haviam começado no dia 8 de
novembro, ou seja, antes mesmo da notificação da morte
do diplomata Ernst Von Rath, que aconteceria somente no
dia 9 de novembro, provando que o pogrom contra os
judeus não era devido a revolta pela morte de Von Rath.
Os judeus resistem e combatem os vândalos
Os historiadores nos contam que durante a noite dos
cristais todos os judeus estavam assustados e assistiam
sem resistir toda a destruição de seus estabelecimentos.
Hoje, sabe-se que não foi bem assim, durante os ataques
judeus e seus vizinhos alemães lutaram juntos contra os
vândalos e em alguns casos perseguiram e espancaram
alguns dos agitadores.
A
Polícia ao lado dos judeus
Outro fato que é quase desconhecido foi o papel da
polícia após os atos de vandalismo. Os judeus donos de
estabelecimentos comerciais foram até os distritos
policiais para pedir ajuda na prevenção de novos ataques
e foram atendidos, sendo deslocados diversos SA que
estavam de plantão para fazer a segurança dos
estabelecimentos. Muitos registraram ocorrências e
pediram uma investigação e o resultado das investigações
existem ainda hoje nos arquivos municipais de diversas
cidades.
Muitos judeus nem mesmo sabiam do acontecido
Em Berlim todos os professores da maior escola judaica
de Berlim apareceram nas salas de aula sem ao mesmo
comentar o ocorrido, pois desconheciam quaisquer
anormalidades da noite anterior. Muitos judeus foram
normalmente trabalhar. Heinemann Stern, diretor da
escola escreveu em suas memórias de pós-guerra que havia
visto uma sinagoga pegando fogo, mas que achara ser
apenas um incêndio acidental, e que não tinha notado
nada de incomum na noite anterior. Os historiadores
dizem que todos os judeus foram espancados, perseguidos,
roubados, insultados e humilhados. Afirmam que os SA
lhes tiravam das camas impiedosamente durante a noite e
lhe espancavam até que o lugar estivesse repleto de
sangue.
Fica então, difícil acreditar que milhares de crianças
fossem mandadas pelos pais às escolas na manhã seguinte
após uma noite tão terrível.
Quem seriam os agitadores afinal de contas?
Na manhã após a tão "terrível" noite, todos queriam
saber o que afinal de contas havia acontecido. O
ministro da propaganda, Dr. Joseph Goebbels suspeitou
logo de início que uma organização secreta estava por
trás de todo o ocorrido. Ele simplesmente não acreditava
que algo tão bem organizado poderia ter sido fruto de
uma revolta espontânea dos civis alemães. Os livros de
história ainda trazem consigo a versão de que Goebbels
poderia ter dado a ordem para vandalizar os
estabelecimentos judaicos, mas Hitler sabia que
Goebbels, seu homem de confiança, jamais ousaria em
proferir tal ordem.
As únicas pessoas que foram realmente punidas foram
homens da SA que participaram diretamente no pogrom,
sendo acusadas de assassinato, roubo e outros atos
criminais testemunhados por judeus e alemães, mas antes
dos casos serem realmente julgados, Hitler determinou
que fosse dada uma ordem para prorrogar todos os
julgamentos pois os SA seriam primeiramente julgados
numa corte interna de disciplina do Partido Nacional
Socialista.
Telefonemas misteriosos para oficiais locais do partido
Diversos líderes do partido (Kreisleiters e
Ortsgruppenleiter) dos distritos locais foram acordados
no meio da noite por telefonemas estranhos. Pessoas que
se identificavam como sendo do HQ regional do partido,
perguntavam aos oficiais do partido no plantão o que
estava acontecendo nas localidades e se o oficial
respondesse que tudo estava calmo e tranquilo logo lhe
davam a ordem para organizar os milicianos para se
prepararem, pois estava sendo levada a cabo uma ação
contra os judeus naquela noite. Em muitos dos casos os
oficiais do partido, perturbados por terem sido
acordados durante a madrugada apenas desligavam o
telefone achando ser uma piada. Em outros casos, os
oficiais ligavam de volta para o local de onde a suposta
ligação havia sido feita e perguntavam aos plantonistas
que tipo de ordem era aquela, e quando um oficial de
alta patente atendia, logo lhe dizia firmemente que não
sabia nada em relação a tal ordem, enquanto em outros
distritos, quando a ligação era atendida por um oficial
de baixa patente, estes alegavam desconhecer quaisquer
diretivas ordenando ações contra judeus, mas que se
alguém lhes havia dado tal ordem, era porque ela deveria
ser executada. Tais ligações causaram uma confusão
considerável e muitos oficiais não sabiam o que fazer
diante daquilo.
Tudo parecia organizado perfeitamente
No momento em que as ligações ocorriam, todos os
oficiais, chefes distritais e líderes regionais do
partido estavam na cidade de Munique numa comemoração em
Alte Rathaus pelos 15 anos da tentativa do golpe de
Estado liderado por Adolf Hitler, General Ludendorf e
outros nacionalistas, comemoração que era feita todos os
anos no dia 9 de novembro mostrando então, que a data
havia sido habilmente escolhida devido a ausência dos
principais líderes regionais de seus postos. Portante os
farsantes sabiam que os distritos regionais estavam sob
a responsabilidade de pessoas com patentes inferiores,
com menos experiência para lidar com situações
complicadas, como por exemplo a de preparar ações
sistemáticas contra judeus no meio da noite.
A
ordem de Goebbels
Praticamente tudo que se lê relacionado a noite dos
cristais, menciona que a revolta começou logo após um
discurso enfurecido do ministro Goebbels. É mentira. Por
volta das 21h após o jantar de comemoração, Hitler
retirou-se e se dirigiu ao apartamento onde estava
hospedado, enquanto Goebbels pronunciou brevemente a
notícia da morte do diplomata Von Rath devido aos graves
ferimentos sofridos, e que graças a isso, algumas
manifestações voluntárias de civis revoltados estavam
tomando parte em alguns locais. Apenas isso fora dito,
ao contrário de um discurso inflamado incitando uma
retaliação aos judeus que nada tinham a ver com o
assassinato. Logo após as notícias, Goebbels ainda
sugeriu que Viktor Lutze, o chefe da SA, ligasse para os
distritos locais do partido para assegurar que a ordem e
a segurança estavam mantidas. Para provar que Goebbels
jamais dera tal ordem é muito simples, levando-se em
conta que Goebbels era o chefe (Gauleiter) do distrito
de Berlim, e que dentro disso, somente lhe era permitido
autorizar ações dentro desta área, sendo fora dela,
jurisdição de outros Gauleiters, e que ainda, Goebbels
não tinha autoridade sobre os líderes dos outros
distritos sendo assim impossível a autorização de
tamanha ação das tropas SA.
Imagem da Alemanha em jogo
De todos os líderes do Partido Nacional Socialista,
Goebbels foi o que mais percebeu o desastre que tal ação
causara à imagem da Alemanha. Como poderia um discurso
feito as 21h na noite de 9 de novembro incitar uma
revolta que na verdade ja havia começado um dia antes,
quando os primeiros farsantes chegaram aos distritos
locais do partido para persuadir os oficiais locais a
começar uma ação contra os judeus. Fica claro que
Goebbels não teve nenhuma culpa sobre os incidentes.
Os Gauleiters
Os Gauleiters e o comandante das SA foram até os
telefones e ligaram para os distritos ordenando que a
paz e a ordem fossem mantidas sob quaisquer
circunstâncias e que nenhum SA deveria participar das
demonstrações. As ordens foram passadas também por telex
e os registros desses documentos ainda estão disponíveis
para qualquer um que queira ver. O comandante das SA,
Viktor Lutze ainda ordenou que individuais das SA fossem
garantir a integridade dos estabelecimentos judaicos e
diversas testemunhas no pós-guerra confirmaram que tal
fato realmente ocorreu.
Qual a finalidade de tudo isso?
Todo o desenrolar da noite dos cristais parecia muito
suspeito. O que pretendiam os farsantes com tal ação?
Para aqueles que gostam de raciocinar, é um bom
quebra-cabeças. Após a noite dos cristais a Alemanha
perdeu e muito sua simpatia mundo afora e Hitler estava
contra a parede. A imagem de seu povo era agora de
extremamente anti-semita, quase que uma reencenação do
que ocorrera durante boa parte da idade-média, e para
variar, os judeus novamente colocados como oprimidos. O
mundo foi levado a crer que Hitler estava perseguindo os
judeus usando o pretexto de um simples assassinato, e
que usara o acontecimento para testar a reação mundial
frente a uma perseguição racial dos judeus. Hitler
realmente foi forçado a isolar os judeus e foi daí em
diante que estes começaram a ser enviados para os campos
de concentração, onde os que haviam se recusado a sair
do país iriam permanecer até que se decidisse o local
para uma futura realocação. Tudo havia mudado na
Alemanha, a relação dos judeus com os alemães já não era
mais amigável, e os próprios judeus já não se
consideravam mais alemães. Já a simpatia pelos judeus
mundo afora havia melhorado e muito, a chance por um
pedaço de terra onde os judeus pudessem constituir uma
nação havia aumentado na Palestina, pois na Alemanha e
na Europa os judeus já não queriam mais ficar. A
Grã-Bretanha com seu domínio na Palestina estava pronta
para começar a infestar a Palestina com imigrantes
judeus tendo em vista o "tratamento cruel" que estavam
sofrendo na Alemanha, ficando evidente posteriormente a
Segunda Guerra Mundial, que a Palestina sempre foi o
objetivo dos farsantes antes e após a guerra.
Boicote econômico ontem e hoje
Há 75 anos, a Judéia declarava guerra econômica à Alemanha.